
A Airbnb é uma startup que revolucionou a maneira como as pessoas viajam pelo mundo. A plataforma online une pessoas que disponibilizam suas casas para estadia e pessoas que procuram lugares para se hospedarem.
Sintetizando, a empresa ampliou as opções de hospedagem para os turistas e facilitou a forma de proprietários lucrarem com aluguéis.
Com a pandemia e o isolamento social, a Airbnb correu o risco de falir e foi desvalorizada. O negócio perdeu cerca de metade de seu valor, passando a valer US$ 18 bilhões, quando sua última alta foi de US$ 31 bilhões. Isso fez com que a empresa tivesse que reduzir drasticamente seus custos, dispensando 25% de seus empregados.
Diante a uma crise, Brian Chescky, CEO da startup, resolveu escutar o que seus hospedeiros realmente queriam. Conversando com eles, descobriu que queriam hospedar e serem anfitriões. Mas será que a Airbnb poderia oferecer isso para eles online?
Após o diálogo, a empresa mudou toda sua linha de serviços em 14 dias, adaptando a experiência de hospedagem e turismo para o online.
A essência do negócio
Em uma entrevista, Brian Chescky conta sua percepção sobre a crise:
“Andy Grove uma vez disse que más empresas são destruídas por uma crise e boas empresas sobrevivem a uma crise, mas ótimas empresas são definidas por uma crise. Eu queria que a gente fosse o terceiro caso.”
A Airbnb, que contava com o aluguel de acomodações ao redor do mundo como fonte de renda, teve que “pivotar” seu modelo de negócio. Para isso, procurou entender o que realmente oferecia para seus clientes.
Desde o início, tinha como diferencial a valorização do turismo local e a promoção do envolvimento do turista com a comunidade.
Em um momento de crise, ficou ainda mais claro para a empresa o que ela oferecia para o mercado: Experiências.
Segundo site da Airbnb, a empresa é sobre promover a ligação interpessoal, a comunidade e a confiança em todo mundo. A startup entendeu que ao oferecer aos turistas hospedagens de uma região, também oferecia a experiência de sentirem-se parte da cultura local.
A partir disso, tornou-se possível desenvolver uma nova linha de produtos que se baseasse nessa essência.
Hoje, sua plataforma conta com aproximadamente 800 experiências online. Elas compreendem atividades únicas para fazer sem sair de casa, como aulas de culinária, artes, experiências com equipes da Broadway etc.
Agora, a Airbnb aposta que as pessoas irão pagar para passar tempo com pessoas que teriam conhecido nessas viagens pelo mundo.
A miopia de marketing na crise
O conceito, usado por Theodore Levitt, traz a miopia como analogia da limitação que muitos negócios impõem para si. No lugar de enxergar o cenário do mercado como um todo, o negócio, míope, apenas enxerga o que está perto.
Dessa forma, concentrando seus esforços em processos próximos, negócios deixam de entender o consumidor e atender suas reais necessidades. Ao perder a noção do cenário e qual necessidade seu produto ou serviço realmente atende, o negócio se limita.
Assim, empresas acabam limitando o poder de escala do oferecido, pois concentram esforços em setores ou públicos que não pertencem. E quando isso acontece em uma crise, o negócio corre risco de vida.
Para não sofrer da miopia, é preciso atentar-se aos segmentos, macroambiente, tendências e as verdadeiras necessidades a serem atendidas. A Airbnb conseguiu entender o contexto em que se encontrava e a verdadeira necessidade que atendia: Proporcionamento de experiências interpessoais.
Desse modo, encontrou a essência do seu negócio e consegue enfrentar a crise pandêmica.
A empresa não limitou-se. Ela entendeu que ofertava mais do que apenas um lugar para hospedar-se. Por isso, conseguiu adaptar seu negócio para o ambiente online, proporcionando múltiplas experiências.
Como não sofrer com a miopia e sobreviver uma crise?
Para que um negócio seja duradouro e ainda tenha relevância em uma crise, é preciso atentar-se à alguns pontos.
Observar o cenário mercadológico, entender o público-alvo e conhecer muito bem o setor que pertence, auxilia seu negócio a tomar decisões assertivas. Com um olhar holístico, é possível oferecer ao consumidor muito mais do que o previsível.
Outros processos que contribuem para decisões mais assertivas, como o ato de “pivotar” o modelo de negócios central da Airbnb, são: pesquisa de mercado, planejamento estratégico, análises externas e muitos outros serviços oferecidos pela Marketing Júnior USP.
Quer realizar um diagnóstico da sua empresa e entender se ela está preparada para uma crise? Entre em contato conosco e caso tenha alguma dúvida, basta deixá-la nos comentários que iremos ajudá-los!
